domingo, 21 de junho de 2009

Engenho de Artes

Registei com muita satisfação a realização do projecto "Engenho das Artes", na Calheta. Não assisti a todas as manifestações, mas o que consegui ver deixou-me boa impressão. Assisti ao pequeno ciclo de comunicações e assisti à actuação do grupo "Seis Pó Meia Dúzia", animação deveras interessante, os miúdos deliraram e penso tratar-se daquele tipo de manifestações muito benéficas para aquela fase etária. Com o limar de algumas arestas, penso que teremos no futuro a continuação duma boa iniciativa.

De resto, iniciativas desta natureza são sempre de louvar: tudo quanto junte diversas formas de expressão, música, artes plásticas, de preferência com a participação de estudantes, tudo quanto seja divulgação de manifestações criativas deveriam ser sempre apoiadas. O privilégio que tem sido dado a tudo quanto é técnica e tecnologia tem feito esquecer que a manifestação mais elevada do espírito humano é tudo o que tem a ver com criatividade.

Aproveito, já que estou no meio deste desabafo, para chorar mais um bocadinho pelo desperdício que foi a destruição do Engenho do Hinton. Em vez dum triste jardim pouco frequentado e ainda por cima mal amanhado, onde parece que o que está em evidência e em exposição é um símbolo fálico, quantas manifestações poderiam ser programadas nesse espaço, um espaço que fosse um verdadeiro Centro de Artes!.

Ângela Costa - Cartas do leitor
in, Diário de Notícias da Madeira - 22/06/2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

'Engenho de Artes' visou uma pluralidade

Encerrou ontem a iniciativa 'Engenho de Artes', que movimentou o engenho da Calheta com uma exposição colectiva, palestras e 'workshops'. Nova sessão de escultura com Francisco Simões, uma conferência intitulada 'Música e Contraste de Gerações', com Lidiane Dualibi e as 'Seis Po' Meia Dúzia', e final mente uma serenata pelo Grupo Madeirense de Fados de Coimbra foram as actividades ontem desenvolvidas, nesta acção interdisciplinar coordenada por Lucilina Freitas e realizada pela 'Arteventos' com o apoio da DRAC e da Sociedade dos Engenhos da Calheta. O escultor Francisco Simões frisou ao DIÁRIO que "o principal objectivo deste encontro foi o de promover a amizade, a pluralidade, na arte". Simões, que orientou várias sessões de escultura, disse que, como pedagogo, defende a interdisciplinaridade, e considerou que a 'Engenho de Artes' pode ter sido "um pequeno embrião, cheio ainda de pequenos defeitos, que permite, no entanto, pensar, a partir daqui, em iniciativas futuras". Tudo para fazer com que, noutras hipotéticas iniciativas multiculturais "as conferências, os debates, os pensamentos, o aprofundamento das questões da arte (desde a mais convencional à mais conceptual, desde os suportes tradicionais às tecnologias), da filosofia, da literatura e da música possam ser promovidas". Na opinião de Simões, faltou a esta iniciativa a presença de música erudita, "por exemplo um quarteto de cordas", mas também - "e é uma lacuna grave - a literatura, a poesia, o romance, faltaram os escritores madeirenses, alguns dos quais com grande talento". O futuro "pode ser este projecto, com mais qualidade".

Luís Rocha

in, Diário de Notícias da Madeira, 17/06/2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Debate - Reflectir Arte e Património 15 Jun 2009

Sessão de Escultura - Francisco Simões 15 JUN 2009

'Engenho de Artes': da criação ao património

O debate 'Reflectir Arte e Património' (integrado na iniciativa 'Engenho de Artes', promovida pela 'Arteventos', com co-organização e direcção de Lucilina Freitas) juntou ontem várias personalidades do mundo da Cultura e não só, no engenho da Calheta. A artista Filipa Venâncio iniciou as intervenções, abordando, a propósito a sua exposição 'A Fábrica do Açúcar', em finais do ano passado na Quinta Palmeira, na qual evocou a memória do 'engenho do Hinton', no Funchal, procurando facultar ao fruidor a sua interpretação de um espaço hoje inexistente, criando pinturas com um conteúdo memorialista e talvez mesmo nostálgico, a partir de antigos registos, como fotografias e filmes.

Lídia Goes Ferreira, directora do Museu Etnográfico da Madeira (antigo engenho da Ribeira Brava) falou das novas perspectivas da museologia face à salvaguarda do património industrial, tecnológico e etnográfico, e defendeu a manutenção de actividades tradicionais, de forma que sejam desejadas pelas próprias populações, e sirvam de veículo de preservação da identidade de um povo. João Carlos Terra Boa, dos Serviços Educativos do Museu, falou de múltiplas actividades desenvolvidas, e de intercâmbios com várias manifestações artísticas. O historiador Alberto Vieira centrou a sua intervenção na história e economia do açúcar, valorizando a propósito os engenhos: o da Calheta, referiu, é, dentro do número de estruturas similares existentes na Região, a que "mais se aproxima do estado primitivo".

Já o engenheiro agrícola Miguel Rodrigues falou do cultivo da cana-de-açúcar e da tecnologia e métodos que lhe estão associados. Finalmente, Carlos Valente, docente da UMa, falou da exposição actualmente patente no engenho da Calheta, que reúne trabalhos de diversos artistas, abordou a "reconciliação" entre as linguagens artísticas mais clássicas e contemporâneas, e a utilização de espaços menos convencionais para exposições, como o engenho, reflectindo em como os artistas podem desenvolver memórias individuais, devolvendo-as ao colectivo; e admitiu que é difícil expor num espaço como aquele.

Nem todos gostaram do resultado desta acção interdisciplinar: no período de debate, António Gorjão, docente da UMa, condenou os "selvagens" que, na inauguração da mostra, não se coibiram de ensaiar previamente o som da música que iam tocar ("se é que aquilo era música", disse), e que, com o ruído, desviaram atenções da exposição. As correntes de ar e consequentes resfriados foram apontados como exemplo de que aquele espaço não era o mais adequado para uma iniciativa que incluiu palestras e debates.

Hoje, há novas sessões de escultura com Francisco Simões, e conferências com Lidiane Dualibi e as 'Seis Po' Meia Dúzia'. Às 21 horas, haverá uma serenata pelo Grupo Madeirense de Fados de Coimbra.

Luís Rocha

in, Diário de Notícias da Madeira - 16/06/2009

"Engenho das Artes" juntou na Calheta 30 artistas de diferentes gerações

Trinta artistas de diferentes gerações participaram na iniciativa "Engenho das Artes", na Calheta, num diálogo de várias áreas de expressão.

O encontro, que terminou hoje depois de uma semana de trabalhos, juntou artistas plásticos e músicos, no ambiente industrial do engenho centenário da cana sacarina da Calheta.

No quaddro do Engenho das Artes, foi montada uma exposição de artes plásticas que chamou à Calheta visitantes de vários pontos da Madeira.

Segundo disse à Lusa a jovem artista Lucilina Freitas, uma das participantes, a experiência "foi positiva e mostra que o grande objectivo de chamar as pessoas para eventos de arte se consegue implementar".

Acrescenta que o "concelho da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, surpreendeu novamente com a sua política multicultural e dinâmica, proporcionando num ambiente industrial do engenho da cana sacarina uma actividade onde se concretizam diálogos através de diferentes meios de expressão".

Presente na iniciativa, o escultor Francisco Simões classificou este evento como "um encontro de artistas em amizade".

O promotor do evento foi o filho do escultor, Francisco Filipe Simões, natural daquele concelho madeirense, que explicou à Lusa que na génese do evento está uma proposta surgida no mestrado em "Gestão Cultural" da Universidade da Madeira, no sentido de pôr de pé um projecto de intervenção cultural num espaço não relacionado com a arte.

O local escolhido foi o engenho da Calheta, um edifício de finais do século XIX considerado um ex-libris da arquitectura industrial madeirense.

Entre os objectivos do evento estavam a promoção deste imóvel histórico e da cultura daquela zona da ilha bem como proporcionar ao cidadão comum do mundo rural, com relevo para as crianças, o usufruto da arte.

AMB

Lusa/fim

in Expresso, on-line - 15/06/2009

Engenho de Arte

O Concelho da Calheta na ilha da Madeira surpreende-nos novamente com a sua politica multicultural e dinâmica proporcionando-nos agora no ambiente industrial do Engenho da cana sacarina uma actividade “Engenho de Arte”, onde se concretizam diálogos através de diferentes meios de expressão: a expressão plástica, a expressão musical, a intenção pedagógica de oficinas de música e debates num âmbito do universo da arte e do património.

Este evento tratado e organizado de forma mais profunda lembra outra actividade organizada pela autarquia no ano de 1997, neste mesmo espaço.

O programa do “Engenho de Arte” revelador de longo período de fermentação e elaboração demonstra o que este projecto exigiu desde o seu início a 9 de Junho até 16 de Junho de 2009. Destaca-se a Exposição Colectiva de artistas plásticos que comungam a sua formação académica na dita escola de “Belas Artes” da Madeira que naturalmente sofreu diferentes nomenclaturas com o passar do tempo, por isso, consideremos o conceito de Belas Artes como referência.

A exploração de diferentes meios expressivos na procura de elevar a proposta estética a outros níveis de entendimento poético nota-se na obra desenvolvida por alguns dos participantes como: Evangelina Sirgado de Sousa, e.laboração , Desidério Sargo, Vídeo Instalação: “mudança de turno”, 2009, Patrícia Sumares, Há sempre alguém que diz não e António Gorjão, 3 E(s)-Exercício/Experiência/Ensaio: Alguns temas ou dicas para a reflexão pelos artistas e pelos Fruidores e quantos o não sejam ou (julguem que) o não querem ser/convite a pensarem um bocadinho... Ou: 3P(s)-Pré/Pró/Proto-Manifesto Estético-Teórico-Artístico, trabalho este que interage com a escultura de manuelrodriguez, Azucar refinado/ ColourfulSugar, made in emotional brain.

Podemos também encontrar uma outra atitude criativa no âmbito da Expressão Plástica em que para o grande público o entendimento seja associado a uma imediata identificação com pintura ou escultura, na realidade de uma existência bi ou tridimensional em alguns trabalhos, que proporcionam o prazer estético como o reconhecimento da habilidade no domínio das tecnologias e meios, no entanto, não revelador na sua essência de preocupações de ordem sociológica ou filosófica, como nos casos de Francisco Simões, No sono da Vaga, Ricardo Veloza, S/titulo, José Manuel Pimenta, Composição, Karocha, S/titulo.

Na tradicional realidade bidimensional da pintura a obra de Richard Fernadez, My name is Dita, demonstra um interessante sentido de humor/sátira suportado por um agradável domínio técnico e cromático.

Carla Cabral, Receita bolo de mel, através de subtil trabalho alerta-nos para a importância da preservação do património e da memoria colectiva utilizando receitas de bolo de mel.

Os trabalhos de Sílvio Cró, Cough Cough,, e de Ara Gouveia, S/titulo, reveladores de outros territórios da inteligência visual são propostas merecedoras de investigação pela interessante utilização da matéria cromática e do suporte utilizados.

Diria então que esta exposição colectiva demonstra a complexidade do ser e estar na contemporaneidade dos processos criativos, assim como, a habilitação académica destes criadores habilitou-os a uma autonomia e sentido critico individual. O Engenho embriagou as obras as obras de alguns intervenientes, outros dele suporte fizeram. Qualquer uma destas abordagens justifica-se demonstrando que os diálogos entre o criador, o espaço e o meio não têm limites. Aqui a eterna e moribunda declaração da morte da arte deixa de ter qualquer sentido.

Lucilina Freitas

Catálogo da Exposição Engenho de Artes

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Catálogo da Exposição Engenho de Artes

Encontro de gerações de artistas e de várias expressões em diálogo no Engenho de Artes da Calheta
















Antiga unidade centenária transformadora da cana-do-açúcar transfigurada em galeria de arte que agrega artistas já consagrados e os estudantes de Belas-Artes 

A vila da Calheta, na costa oeste da Madeira, acolhe durante uma semana a iniciativa Engenho de Artes, com exposições, debates e espectáculos musicais, um projecto que transforma a centenária fábrica da indústria sacarina madeirense, nas proximidades do moderno Centro de Artes-Casa das Mudas, numa autêntica galeria. 
A ideia foi criar "um diálogo entre o património, as artes plásticas e a música", promovendo a troca de ideias entre os convidados e transmitindo-as a um público mais amplo, não apenas aos frequentadores habituais das galerias e museus, explica Lucilina Freitas, co-responsável pela concepção do projecto. O evento contempla "um diálogo entre o passado, o engenho, e o presente, a arte contemporânea", frisou o director regional dos Assuntos Culturais. A "capacidade dos artistas apresentarem propostas de intervenção neste espaço" é igualmente relevada por João Henrique Silva, sublinhando que "a tradição sustenta-se na medida em que se renova", num "diálogo criativo entre as marcas do passado e a aquilo que se propõe para o futuro" através do "apelo à imaginação criadora dos artistas". 

Várias gerações 
O escultor Francisco Simões classificou esta iniciativa como "um encontro de artistas em amizade", visto que conta com a participação de 25 criadores, sendo 12 madeirenses da sua geração de estudantes, na década de 70, na Academia de Música e Belas-Artes da Madeira, e 12 estudantes actuais. No espaço da fábrica de transformação da cana-de-açúcar estão expostas 35 peças criadas pelos artistas participantes, entre as quais uma em mármore intitulada Mulher, três em cerâmica e sete desenhos daquele artista. "É uma forma de mostrar que todos os artistas, os mais antigos e os mais jovens, são todos iguais", acrescenta o escultor responsável pelas obras de arte patentes no Parque dos Poetas, em Oeiras. 
Na génese do evento que decorre até ao próximo dia 16 está Filipe Simões, filho daquele escultor, que em uma das disciplinas do mestrado em Gestão Cultural leccionado na Universidade da Madeira propôs a intervenção cultural num espaço não-projectado para albergar obras de arte. Sendo natural da Calheta, "de imediato veio a ideia de utilizar esta fábrica da indústria sacarina, de finais do século XIX, atendendo que é considerado um ex libris da arquitectura industrial madeirense", revela. "Pretendemos promover este engenho enquanto monumento industrial, promover a cultura na Calheta e fazer com que o cidadão comum, do mundo rural, e as crianças venham e usufruam de escultura e arte, num espaço em que as peças estão colocadas num percurso de forma dinâmica", adiantou. O programa inclui uma componente lúdica com música ao vivo em quase todos os dias, com actuações dos grupos de Cordas da Fajã da Ovelha, Synergroove, Seis Po'Meia Dúzia, Cool Feel Band. 
Reflectir Arte e Património é o objectivo de um dos debates, o primeiro dos quais abordará os Espaços Antagónicos de Intervenção, com a participação da designer madeirense Nini Silva, do maestro Rui Massena e do escultor Francisco Simões, que, entre 14 e 16 de Junho, orientará sessões de escultura dedicadas a alunos dos concelhos da Ribeira Brava e Calheta. No âmbito desta componente educativa, um grupo de músicos dará aulas nas diversas escolas, com demonstrações de criação e reciclagem de instrumentos.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

'Engenho de Artes' com música

Chama-se 'Engenho de Artes', é organizado pela Arteventos e constitui numa proposta cultural invulgar que reúne artes plásticas, música e conferências na Sociedade de Engenhos da Calheta.

Hoje à noite, a proposta recai sobre o concerto dos Coolfeel Band, actualmente a melhor formação madeirense de covers no activo, que decorrerá no espaço do Engenho da Calheta a partir das 21 horas. Entretanto, poderá ver nesta 'galeria de arte' uma série de trabalhos em pintura, escultura, etc, da autoria de 25 artistas plásticos, com destaque para o escultor convidado Francisco Simões, mas onde se poderá ver obras de Alcida Faria, António Gorjão, Ara Gouveia, Carla Cabral, Desidério Sargo, Evangelina Sirgado de Sousa, Gilberta Rodrigues, Irene Lucília, Jorge Marques da Silva, José Manuel Pimenta, Karocha, Lígia Gontardo, Lucilina Freitas, manuelrodriguez [sic], Mariana Correia, Martim Veloza, Patrícia Sumares, Paulo Sérgio Beju, Ricardo Veloza, Richard Fernandez, Ruben Van de Camp, Sílvio Cró, Tolentino Nóbrega e Zelinda Mendonça.

O 'Engenho de Artes' prossegue amanhã, às 15 horas, com o debate 'Espaços Antagónicos de Intervenção', com Nini Andrade Silva (designer de interiores), Rui Massena (OCM) e Francisco Simões. À noite, Lidiane Dualibi e Le Dog Chateau (funk) actuam às 21 horas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Proposta cultural inédita no Engenho da Calheta

A vila da Calheta tem até segunda-feira uma proposta cultural inédita. 'Engenho de Artes' é a iniciativa organizada pela Arteventos, que transforma por estes dias a Sociedade de Engenhos da Calheta numa autêntica galeria de arte, onde 25 artistas expõem trabalhos desde a pintura à escultura, passando pela instalação, etc.

A inauguração da exposição 'Desenhos' de Francisco Simões, patente na adega do Engenho, marcou simbolicamente o arranque do evento que registou a presença do director regional dos Assuntos Culturais e do presidente da Câmara Municipal.

A noite trouxe a animação através do Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha, seguida da actuação do grupo musical Synergroove. Hoje à noite, a partir das 21 horas há música ao vivo com a actuação do grupo Seis Po'Meia Dúzia e os The Grumpies. Depois, a animação transfere-se para a discoteca Art Caffé, onde terá lugar a 'Festa Branca'. Entretanto, ao longo do dia, as exposições estarão abertas ao público, todos os dias, entre as 10 e as 23 horas.

As actividades de animação paralelas às exposições regressam depois na sexta à noite, continuam no fim-de-semana, terminando na próxima segunda-feira.

O responsável pela DRAC classificou de "interessante" este projecto que contempla "um diálogo entre o passado [engenho] e o presente [arte contemporânea]". A "capacidade dos artistas apresentarem propostas de intervenção neste espaço", foi também destacado por João Henrique Silva, que ressalvou que "a tradição sustenta-se na medida em que se renova". Daí, "o diálogo criativo entre as marcas do passado e a aquilo que se propõe para o futuro" através do "apelo à imaginação criadora dos artistas". Enalteceu a iniciativa como forma de atrair mais "apreciadores e espectadores" das artes plásticas a um espaço importante.

terça-feira, 9 de junho de 2009

“Engenho das Artes” na Calheta


O antigo engenho de cana sacarina da Calheta, recebe, a partir de hoje e até ao próximo dia 16, um encontro de artistas e estudantes de Belas Artes da Madeira, que contará com a participação do escultor Francisco Simões.

A centenária fábrica da indústria sacarina da Calheta será palco a partir de hoje para um encontro geracional entre artistas e estudantes de belas artes da
Madeira, que «em pé de igualdade» vão expôr 35 obras naquele cenário
fabril.
Esta é uma das iniciativas integradas no programa "Engenho das Artes", que conta com a participação activa do escultor
Francisco Simões e se prolonga até 16 de Junho naquele espaço emblemático da zona oeste da ilha da Madeira.
Em declarações à agência Lusa, o escultor Francisco Simões classificou este evento como «um encontro de artistas em amizade», visto que vai contar com a participação de 25 criadores, sendo 11 madeirenses da sua geração de estudantes, na década de 70, na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, e 12 estudantes actuais nesta área.
Adiantou que no espaço daquela fábrica de transformação da cana-de-açúcar estarão expostas 35 peças criadas por todos os artistas participantes, entre as quais uma escultura em mármore da
sua autoria "baptizadada" com o nome de "Mulher", três peças em cerâmica e sete desenhos em graffitti, "dentro do clima do engenho".
«É uma forma de mostrar que todos os artistas, os mais antigos e os mais jovens, são todos iguais», apontou.
O promotor do evento é o filho do escultor, Francisco Filipe Simões, natural daquele concelho madeirense, que explicou à Lusa que na génese do evento está o facto de lhe ter sido proposto um trabalho numa das disciplinas do mestrado em "Gestão Cultural" leccionado na
Universidade da Madeira, que passava pela "elaboração de um projecto de intervenção cultural num espaço que não fosse projectado para albergar obras de arte".
O programa inclui também um debate sobre "reflectir Arte Património" e quatro sessões de escultura nas quais alunos das escolas dos concelhos da Ribeira Brava e Calheta podem ver Francisco
Simões a criar ao vivo.

Estarão expostas 35 peças criadas por todos os artistas participantes, entre as quais uma escultura em mármore da
da autoria de Francisco Simões, "baptizadada" com o nome de "Mulher", três peças em cerâmica e sete desenhos em graffitti, "dentro do clima do engenho".


in, Jornal da Madeira - 09/06/2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Escultor Francisco Simões participa em "encontro de gerações de artistas" no "Engenho das Artes"

A centenária fábrica da industria sacarina da Calheta será palco a partir de terça-feira para um encontro geracional entre artistas e estudantes de belas artes da Madeira, que "em pé de igualdade" vão expôr 35 obras naquele cenário fabril. Esta é uma das iniciativas integradas no programa "Engenho das Artes", que conta com a participação activa do escultor Francisco Simões e se prolonga até 16 de Junho naquele espaço emblemático da zona oeste da ilha da Madeira.
Em declarações à agência Lusa, o escultor Francisco Simões classificou este evento como "um encontro de artistas em amizade", visto que vai contar com a participação de 25 criadores, sendo onze madeirenses da sua geração de estudantes, na década de 70, na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, e doze estudantes actuais nesta área. Adiantou que no espaço daquela fábrica de transformação da cana-de-açúcar estarão expostas 35 peças criadas por todos os artistas participantes, entre as quais uma escultura em mármore da sua autoria "baptizadada" com o nome de "Mulher", três peças em cerâmica e sete desenhos em graffitti, "dentro do clima do engenho". "É uma forma de mostrar que todos os artistas, os mais antigos e os mais jovens, são todos iguais", apontou.
O promotor do evento é o filho do escultor, Francisco Filipe Simões, natural daquele concelho madeirense, que explicou à Lusa que na génese do evento está o facto de lhe ter sido proposto um trabalho numa das disciplinas do mestrado em "Gestão Cultural" leccionado na Universidade da Madeira, que passava pela "elaboração de um projecto de intervenção cultural num espaço que não fosse projectado para albergar obras de arte". Sendo natural da Calheta, "de imediato veio a ideia de utilizar o edifício de finais do séc.XIX, o engenho (fábrica de transformação de cana-de-açúcar), considerado um ex-libris da arquitectura industrial madeirense".
"Pretendemos promover este edifício enquanto monumento industrial, promover a cultura na Calheta e fazer com que o cidadão comum, do mundo rural, e as crianças venham e usufruam de escultura e arte, num espaço em que as peças estão colocadas num percurso de forma dinâmica", adiantou. Para o tal, o programa inclui uma componente lúdica com música ao vivo em quase todos os dias do programa, com actuações dos grupos de Cordas da Fajã da Ovelha, Synergroove, Seis Po'Meia Dúzia, Cool Feel Band, apontou. O programa inclui também um debate sobre "reflectir Arte Património" e quatro sessões de escultura nas quais alunos das escolas dos concelhos da Ribeira Brava e Calheta podem ver Francisco Simões a criar ao vivo. O organizador do evento realçou que terá também um componente educativa em que um grupo de músicos que dão aulas nas diversas escolas da região que vão fazer demonstrações de criação e reciclagem de instrumentos.

AGÊNCIA LUSA

quarta-feira, 3 de junho de 2009

'Engenho de Artes' interliga as culturas

No engenho da Calheta realiza-se um evento que visa pôr em diálogo várias expressões.

O escultor Francisco Simões é um convidado especial, nesta iniciativa.


A 9 de Junho (terça-feira), pelas 19 horas, com a inauguração de uma exposição colectiva, inicia-se o projecto 'Engenho de Artes', uma iniciativa multidisciplinar da 'Arteventos' que interliga diversas formas de expressão. A mostra tem como artista convidado, em especial, o escultor Francisco Simões, mas inclui também trabalhos de Alcida Faria, António Gorjão, Ara Gouveia, Carla Cabral, Desidério Sargo, Evangelina Sirgado de Sousa, Gilberta Rodrigues, Irene Lucília, Jorge Marques da Silva, José Manuel Pimenta, Karocha, Lígia Gontardo, Lucilina Freitas, manuelrodriguez [sic], Mariana Correia, Martim Veloza, Patrícia Sumares, Paulo Sérgio Beju, Ricardo Veloza, Richard Fernandez, Ruben Van de Camp, Sílvio Cró, Tolentino Nóbrega e Zelinda Mendonça.

Simultaneamente com a colectiva, será também inaugurada, na adega do Engenho, uma exposição de desenhos de Francisco Simões (as mostras poderão ser visitadas até ao dia 16, entre as 10 e as 23 horas). Actuações de grupos musicais (o Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha e o grupo musical Synergroove, de bossa nova) seguir-se-ão, pelas 21 e 22 horas, respectivamente.

Ainda no capítulo da música, as Seis Po'Meia Dúzia (música tradicional) e os Grumpies (rock) actuam no dia seguinte, também às 21 e 22 horas, e, a 12 de Junho, pelas 21 horas, actua a banda de 'covers' Coolfeel Band. A 13 de Junho, pelas 15 horas, haverá um debate, intitulado 'Espaços Antagónicos de Intervenção', com a participação de Rui Massena, maestro da Orquestra Clássica da Madeira, da designer de interiores Nini Andrade Silva e do artista plástico Francisco Simões. Lidiane Dualibi e Le Dog Chateau (funk) é o grupo musical que actuará pelas 21 horas.

No dia 14, entre as 15 e as 18 horas, Francisco Simões orientará uma sessão de escultura, que continuará no dia 15, entre as 10 e as 13 horas. Já entre as 15 e as 17 horas, haverá novo debate: 'Reflectir Arte e Património', que conta com os artistas e docentes Filipa Venâncio e Carlos Valente; com o historiador Alberto Vieira; com Lídia Góes Ferreira, directora do Museu Etnográfico da Madeira (MEM); com João Carlos Terra Boa, dos Serviços Educativos do MEM; e com Miguel Rodrigues, engenheiro agrícola. A 16 de Junho, entre as 10 e as 13 horas, Francisco Simões orienta nova sessão de escultura, enquanto, com Lidiane Dualibi e as 'Seis Po' Meia Dúzia' como oradoras, realiza-se entre 10 e as 12 horas a conferência e oficina 'Música e Contraste de Gerações'. Às 19 horas, decorre a sessão de encerramento deste projecto intercultural. E, às 21 horas, actua o Grupo Madeirense de Fados de Coimbra.

De acordo com Lucilina Freitas, ligada à organização, a ideia que presidiu a este projecto foi a de criar "um diálogo entre o património, as artes plásticas e a música", promovendo a troca de ideias entre os convidados e transmitindo-as a um público mais amplo, não apenas os 'habitués' das galerias e museus.

Luís Rocha

in, Diário de Noticias da Madeira 04/06/2009

Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha

Synergroove - Poem Videoclip

Seis Po' Meia Duzia

Imagem do Convite e Programa

De Engenhos de Arte

terça-feira, 2 de junho de 2009

Programa

09 JUN 2009 [Terça-feira]
19h00 | Inauguração da exposição Engenho de Artes
19h00 | Inauguração da Exposição Desenhos de Francisco Simões, na adega do Engenho
21h00 | Grupo Musical - Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha
22h00 | Grupo Musical - Synergroove

10 JUN 2009 [Quarta-feira]
21h00 | Grupo Musical - Seis Po' Meia Dúzia
22h00 | Grupo Musical - The Grumpies
22h00 | Festa Branca na Discoteca Art caffé

12 JUN 2009 [Sexta-feira]
21h00 | Grupo Musical - Cool Feel Band

13 JUN 2009 [Sábado]
15h00 | Debate - Espaços Antagónicos de Intervençâo
Intervenientes: Nini Andrade Silva, Designer de Interiores; Rui Massena, Director da Orquestra da Madeira e Francisco Simões, Escultor
21h00 | Grupo Musical - Lidiane Duailibi e Le Dog Chateau

14 JUN 2009 [Domingo]
15h00-18h00 | Sessão de Escultura - Francisco Simões

15 JUN 2009 [Segunda-feira]
10h00-13h00 | Sessão de Escultura - Francisco Simões
15h00-17h00 | Debate - Reflectir Arte e Patrimònio
Intervenientes: Filipa Venâncio, artista plástica; Carlos Valente, Docente UMa - Departamento Arte e Design; Alberto Vieira, historiador - CEHA; Lídia Góes Ferreira, directora do Museu Etnográfico da Madeira (M.E.M.), João Carlos Terra Boa; Serviços Educativos do M.E.M. e Miguel Rodrigues, Engenheiro Agrícola

16 JUN 2009 [Terça-feira]
10h00-13h00 | Sessão de Escultura - Francisco Simões
10h00-13h00 | Conferência e Oficina Mùsica e Contraste de Gerações*
Oradores: Lidiane Duailibi e Seis Po' Meia Dúzia
15h00-18h00 | Sessão de Escultura - Francisco Simões
14h00-17h00 | Conferência e Oficina Mùsica e Contraste de Gerações*
Oradores: Lidiane Duailibi e Seis Po' Meia Dúzia
19h00 | Sessão de Encerramento
21h00 | Serenata - Grupo Madeirense de Fados de Coimbra

De referir que as exposições manter-se-ão aberta ao público a partir do dia da inauguração até ao dia 16 de Junho, todos os dias entre as 10:00 e as 23:00 horas.

* Destinatários: Escolas de 1º Ciclo do Concelho da Calheta




Convite

A Arteventos tem o prazer de convidar V.ª Ex.ª para a abertura do evento e inauguração da exposição ENGENHO DE ARTES que se realizará na Terça-feira, dia 9 de Junho de 2009, pelas 19H00, na Sociedade de Engenhos da Calheta.

Artistas | Alcida Faria, António Gorjão, Ara Gouveia, Carla Cabral, Desidério Sargo, Evangelina Sirgado de Sousa, Francisco Simões, Gilberta Rodrigues, Irene Lucília, Jorge Marques da Silva, José Manuel Pimenta, Karocha, Lígia Gontardo, Lucilina Freitas, manuelrodriguez, Mariana Correia, Martim Velosa, Patrícia Sumares, Paulo Sérgio Beju, Ricardo Veloza, Richard Fernandez, Ruben Van de Camp, Sílvio Cró, Tolentino Nóbrega e Zelinda Mendonça.