segunda-feira, 8 de junho de 2009

Escultor Francisco Simões participa em "encontro de gerações de artistas" no "Engenho das Artes"

A centenária fábrica da industria sacarina da Calheta será palco a partir de terça-feira para um encontro geracional entre artistas e estudantes de belas artes da Madeira, que "em pé de igualdade" vão expôr 35 obras naquele cenário fabril. Esta é uma das iniciativas integradas no programa "Engenho das Artes", que conta com a participação activa do escultor Francisco Simões e se prolonga até 16 de Junho naquele espaço emblemático da zona oeste da ilha da Madeira.
Em declarações à agência Lusa, o escultor Francisco Simões classificou este evento como "um encontro de artistas em amizade", visto que vai contar com a participação de 25 criadores, sendo onze madeirenses da sua geração de estudantes, na década de 70, na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, e doze estudantes actuais nesta área. Adiantou que no espaço daquela fábrica de transformação da cana-de-açúcar estarão expostas 35 peças criadas por todos os artistas participantes, entre as quais uma escultura em mármore da sua autoria "baptizadada" com o nome de "Mulher", três peças em cerâmica e sete desenhos em graffitti, "dentro do clima do engenho". "É uma forma de mostrar que todos os artistas, os mais antigos e os mais jovens, são todos iguais", apontou.
O promotor do evento é o filho do escultor, Francisco Filipe Simões, natural daquele concelho madeirense, que explicou à Lusa que na génese do evento está o facto de lhe ter sido proposto um trabalho numa das disciplinas do mestrado em "Gestão Cultural" leccionado na Universidade da Madeira, que passava pela "elaboração de um projecto de intervenção cultural num espaço que não fosse projectado para albergar obras de arte". Sendo natural da Calheta, "de imediato veio a ideia de utilizar o edifício de finais do séc.XIX, o engenho (fábrica de transformação de cana-de-açúcar), considerado um ex-libris da arquitectura industrial madeirense".
"Pretendemos promover este edifício enquanto monumento industrial, promover a cultura na Calheta e fazer com que o cidadão comum, do mundo rural, e as crianças venham e usufruam de escultura e arte, num espaço em que as peças estão colocadas num percurso de forma dinâmica", adiantou. Para o tal, o programa inclui uma componente lúdica com música ao vivo em quase todos os dias do programa, com actuações dos grupos de Cordas da Fajã da Ovelha, Synergroove, Seis Po'Meia Dúzia, Cool Feel Band, apontou. O programa inclui também um debate sobre "reflectir Arte Património" e quatro sessões de escultura nas quais alunos das escolas dos concelhos da Ribeira Brava e Calheta podem ver Francisco Simões a criar ao vivo. O organizador do evento realçou que terá também um componente educativa em que um grupo de músicos que dão aulas nas diversas escolas da região que vão fazer demonstrações de criação e reciclagem de instrumentos.

AGÊNCIA LUSA

Sem comentários:

Enviar um comentário